Capítulo 05 ( parte 2) - Favorite Crime - Fanfic ChaMel

 Nota da autora: esse capítulo e o próximo serão narrados pelos alter egos criados por eles pra se comunicarem e se encontrarem : Cristal e Matteo respectivamente. 


Cristal 

O relógio marcava 21h30, Melanie deu a desculpa de uma dor de cabeça pra escapar do jantar com a equipe de filmagem e eu pudesse finalmente entrar em ação, já estava atrasada para o encontro com Matteo. Até onde eu sabia, ele tinha reservado uma área privada de algum restaurante de São Paulo, mas não esperava que tivesse fechado o restaurante apenas pra nós, aquilo deveria ter custado uma fortuna, não que dinheiro fosse um problema, mas soa exagerado até mesmo para os padrões dele. 

— Você não acha que exagerou um pouquinho? – perguntei enquanto sentava na cadeira que ele puxou a cadeira pra mim. 

— Você quem disse que não podíamos correr riscos de sermos flagrados. Tudo pela nossa privacidade, amor – Ele pisca pra mim — À propósito, essa cor de cabelo te deixou ainda mais linda – sorri com o elogio, eu estava usando um corte ombré hair, platinado acinzentado e lentes de contato verdes.

— Você não fica tão mal de olhos azuis, entretanto, mas acredito que poderia ter se esforçado mais no disfarça, facilmente seria reconhecido aqui. 

— Vou me lembrar disso da próxima vez – Garantiu sorrindo. 

 A noite vai passando lenta, Matteo me faz rir o tempo inteiro, me faz provar uma salada de lula estando de olhos vendados e lhe falar os sabores. Ele me conta sobre seus planos de viajar pelo nordeste quando tiver um tempinho, Aproveito para dar as dicas dos lugares em que já estive, depois dividimos um creme Brûllé de sobremesa e me perguntei por que perdemos tanto tempo trancafiados em um quarto de hotel ? E sem me preocupar, se estávamos agindo ou não, como um casal. 

 Agora estamos no bar do restaurante, ele prepara um drink pra mim, fico observando ele encher o copo com uma base de gelo, adicionando licor e um whisky 12 anos, enfeitando uma rodela de laranja. 

— O que de tão sério, você queria falar comigo? – Ele deslizou o copo pela bancada. 

— Não era eu, a Melanie tinha algo para dizer ao Chay. Ela não sabe o que quer. – Sussurro, o encarando. 

— E você… Sabe o que quer? – Ele dá volta pela bancada, chegando mais perto de mim, inspiro seu perfume amadeirado, envolvo os braços ao redor do seu pescoço. 

— Não consigo pensar em nada além de você. – Confesso unindo nossos lábios com certa pressa. Minha língua invade sua boca, que tinha gosto da bebida que acabara de preparar. Suas mãos apertam minha cintura e me erguem para ficar sentada na bancada. A sensação que tenho é que nunca vou me cansar de beija-lo e não é difícil admitir que gosto de como seu corpo reage ao meu. 

Sem muita dificuldade, Matteo encontra o zíper do meu vestido e se livra dele e como acontece sempre, não consigo pensar em mais nada com ele dentro de mim, com sua boca marcando cada pedacinho da minha pele. Decido aproveitar o momento, pois, por alguns minutos, sou alguém livre para ama-lo. 

Quando tudo termina, acabamos deitados no chão, o olhar apaixonado que esse homem me lança me deixa desnorteada e ainda mais com as palavras ditas por ele: 

— O que você queria me dizer? Eu não suporto não saber! 

 Respiro fundo, deixando a racionalidade tomar conta da minha mente desfazendo toda narrativa que criamos para viver essa noite. 

— Não podemos mais nos encontrar, pelo menos, não desse jeito, precisamos parar antes que um de nós acabe se… – Sinto um nó na garganta, uma dificuldade terrível para continuar falando. 

— Apaixonando de verdade? – Ele murmura, interrompendo a minha fala. 

Meus olhos se arregalam, abro a boca diversas vezes, mas não emito nenhum som. Eu só ia dizer " se machucando" mas, se os pensamentos dele foram de encontro à paixão, é sinal que já passamos dos limites há muito tempo. 

— Não podemos continuar alimentando essas fantasias, Chay, quanto tempo isso vai durar? Até sermos pegos? Eu não suporto mais mentir pra todos que amo, não é justo com o Rodrigo e nem com a Laura também e principalmente com nossos filhos. – A frustração toma conta de mim e lágrimas grossas brotam em meus olhos. 

— Você tem razão, Mel! Essa situação é injusta, por isso, eu queria te contar que…. 

— Eu não quero saber, talvez seja melhor, a gente não conversar mais, não saber mais nada um sobre outro, para o nosso próprio bem. Seja o que for, repense bem a sua decisão. – Levanto do chão e começo a me vestir. 

— Não precisa ser desse jeito!

Finjo que não ouço e depois de estar com o disfarce completo de novo, eu o deixo falando sozinho. Exatamente quando o relógio bate às 23h30 entro no carro, aos prantos pela tristeza, pelo cansaço e porque sei que vou sentir falta dele. 


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