Capítulo 08 - Favorite Crime

 Chay 

Se passou uma semana sem que eu conseguisse descobrir qual foi a resolução encontrada por Mel. Esse fato e o de estar exaustivamente cuidando de José e Laura,ser atencioso com Maria e me preparar para o meu próximo trabalho na tv, estava me deixando louco!! Louco!! Enquanto eu corria na esteira e o suor me deixava cego, meu celular tocou. Era um número desconhecido, então ignorei e o celular vibrou novamente: 

 

 Melzinha 🐝: Atende a porra do celular, é o Rodrigo! 

Chay: ele vai me matar? Pq eu deveria atender? 

Melzinha 🐝: Se você não atender, quem vai te matar, SOU EU😡🤬

Chay: O que ele quer falar comigo? Por que você deu meu número? O que está acontecendo? 

Melzinha 🐝: Contei tudo à ele, Chay 

Chay: Você , O QUE??! 

Melzinha 🐝: Não se preocupe, ele não ficou bravo! Só queremos te informar sobre um assunto muito importante, eu sei que você está ocupado, mas, venha até aqui o mais rápido possível. 

Chay: PELA MILÉSIMA VEZ, O QUE ESTÁ ACONTECENDO? 

Melzinha 🐝: esse tipo de coisa não se conta através de mensagens ou ligações. Só venha logo!! 

O que poderia ser tão importante? Comecei a suar mais do que o esperado, minhas vistas estavam embaçando e eu sentia dificuldade em respirar. Obrigando meus pés a andarem até o carro, meu Deus, o que posso fazer? Entrei no carro e rumei para casa e inventei uma desculpa para Laura, a minha mãe e sogra e fui para o aeroporto. 

 Cerca de 2 horas depois, lá estava na porta da casa de Mel mais uma vez. Dessa vez, quem me recebeu foi o Rodrigo, a gente já tinha se encontrado por aí umas duas ou três vezes. Mas, daquela vez tudo era diferente, como forçar uma amizade depois de tudo que aconteceu nos últimos meses?

 A expressão em seu rosto, no entanto, estava serena. 

— Está tudo bem, mas, se a fizer chorar de novo, aí sim eu vou ter muito prazer em te partir em pedacinhos, Chay. – avisou, os olhos estreitados em minha direção, punhos cerrados. 

O que me preocupou foi saber que Melanie havia chorado por minha causa. A Mel que eu conhecia, nunca o faria. 

  Respirei fundo, caminhando a passos lentos até o escritório, onde Rodrigo me avisou que ela estaria.

Me sentindo mais nervoso que o habitual, bati na porta, timidamente, escutei um " entra " meio sussurrado. 

 Entro e fico a observando, Mel batia as unhas na mesa, seus óculos tinham um formato que lembram olhos de gata, vestia um casaco de lã amarelo mostarda e sua atenção estava presa no que rabiscava em sua agenda.

— Mel? O que era tão urgente? – Perguntei fazendo-a notar minha presença. 

  Melanie suspirou e olhou bem no fundo dos meus olhos e proferiu palavras que eu nunca esperei que saíssem da sua boca: 

— Eu estou grávida e não faço a mínima ideia de quem seja o pai dessa criaturinha, então, meus parabéns….

— Há quanto tempo… você sabe disso?.

— Dois meses, eu não ia mesmo te contar, mas o Rodrigo achou melhor que você soubesse, já que está envolvido nisso até o pescoço! 

— O que fez ele reagir tão bem com essa situação? 

— Eu sinceramente, não sei, tudo que ele me disse foi que me amava o suficiente para que o que aconteceu não ter a mínima importância. Talvez tenha ficado feliz com a ideia de ser pai de novo, quem sabe? – Um sorrisinho suave aparece em seus lábios. 

— E como faremos pra tirar essa dúvida? – questiono, estalando os dedos, temeroso com sua resposta. 

— Faremos exames de DNA quando o bebê nascer. Se o resultado não for o que ele espera, falsificamos os testes e seguimos com a vida, não deve ser difícil, Roobertchay.

— Então quer dizer que se o filho for meu, eu não poderei ficar perto dele nunca? 

— Não, o bebê só não vai saber que você é pai dele, você ficará mais satisfeito, se te dermos o posto de padrinho dele? 

— Não, mas, como sei que nada te fará mudar de ideia, eu aceito. 

E foi assim que as nossas vidas mudaram para sempre.