the Álbum - capitulo único - parte 3
Narrador oculto
O jantar correu bem, Tomás contou um pouquinho do que fez nesses anos que não se viram, eles montaram quebra-cabeças com Nina, que ficou encantada com a atenção do cantor, para o total desespero da sua mãe, Carla tentou contar também, sem tantos detalhes o que tinha feito nos últimos anos. Ela se surpreendeu com uma das revelações que Tomás fez:
— Eu sei, eu tenho seus primeiros livros, uma estante cheia deles em casa, só não comprei os mais recentes, porque não sabia da mudança de nome.
Ela abriu a boca várias vezes, mas nenhuma palavra saia, então, ele estava lendo o que ela escrevia? pensando nela, todo esse tempo ?
– Você está falando sério? Eu espero que tenha gostado, pelo menos, imagine você compra um monte de livros e não gosta de nenhum deles? – Carla riu nervosa
– Eu adorei todos. Era uma forma de te manter perto de mim, mas eu tenho uma curiosidade, por que você trocou de nome? – Tomás tenta segurar a mão dela, mas por conta da presença da filha, ela recua a mão, como se tivesse levado um choque.
— Ah, eu acho que eu não me sentia mais ‘’ Carla ‘’ desde o momento que coloquei o pé na Itália e se tudo na minha vida estava mudando, por que não mudar de nome também ? Ficava mais bonito na capa dos livros e Mattia sempre dizia que eu tinha mais cara de Melanie do que Carla, com o tempo, acabei concordando, o sobrenome dele foi mais por marketing mesmo.
— Você não queria que ninguém do passado soubesse o que você fazia ?
– É,Talvez a escritora seja diferente da pessoa que eu sou, gosto de deixar as coisas separadas, entende?
— Entendo, você sempre foi mais reservada e organizada do que eu… — Ele dá um sorriso triste, brincando com uma pecinha de quebra-cabeça nas mãos.
Melanie olhou para o relógio e percebeu que tinha passado da hora de Nina dormir. A garotinha se despede de Tomás a contragosto e vai caminhando para o quarto.
— Eu vou ajudá-la a se arrumar pra dormir e já volto, acho que ainda temos muito o que conversar, não vá embora. — A mulher avisa e sai.
O coração de Tomás dispara e ele ficava andando de um lado para o outro durante os 20min que Mel demorou pra voltar.
— Desculpa, ela estava agitada, só pegou no sono depois de 2 histórias, ela me pediu pra dizer que gostou muito de você.
— Eu também gostei muito dela — Tomás sorri e ela também.
— Obrigada, vamos para o escritório? Lá é melhor pra conversar, quer beber alguma coisa? – Ela oferece, meio nervosa ainda.
— Vamos, não quero beber.
Os dois vão para o escritório, sentam em duas poltronas de frente para uma janela, Tomás não presta atenção em nada que não seja ela.
— Eu vim até aqui porque, eu precisava te ver, passei anos pensando em você e o que poderia ter acontecido se ainda estivéssemos juntos, ficava imaginando todos os planos que fizemos, guardava cada uma das lembranças de nós dois comigo, perdi muitas noites em crises de ansiedade pensando: Céus, eu amava aquela mulher com toda minha vida, estava pronto pra me casar com ela e de repente tudo acabou através de um áudio de 30 segundos, onde eu errei? Eu nunca consegui entender a razão de você ter terminado comigo daquele jeito. — Os olhos dele se encheram de lágrimas, mas ele não desviou dela.
— Tomás, eu…. Não sei o que te dizer.
Diz que me ama, não parou de pensar em mim, que quer recomeçar a vida comigo exatamente de onde paramos, eu largo tudo pra ter você de volta, amor. — os pensamentos dele.
— Nunca quis que você sofresse assim e não pense que foi a coisa mais fácil do mundo pra mim, porque não foi! Você diz que me amava com a sua vida inteira, mas, naquela época, estava super deslumbrado com a fama e tudo mais que a sua carreira podia proporcionar, eu não queria nada daquilo pra minha vida, a adaptação em outro país, estudar em uma língua que conhecia tão pouco e ficar chorando pelos cantos por causa de um namorado que parecia ter esquecido que eu existia, estava acabando comigo, eu precisava terminar ou ia acabar voltando correndo pro Brasil e desistir dos meus sonhos. — Melanie/ Carla sentia lágrimas descontroladas molharem seu rosto — Depois daquilo, eu prometi focar em mim mesma, estava fazendo novos amigos, falando melhor, tirando boas notas, a vida tinha ganhado outras cores, mas não tinha uma madrugada que eu não ficasse na fossa por causa de você, minha colega de quarto não aguentava mais me ouvir chorando, me levou pra uma festa e o Mattia estava lá, ele era diferente todos os homens que eu conhecia, a gente acabou ficando, mas eu não senti nada parecido com o que sentia quando estava com você, eu saí de lá decidida a te ligar e dizer que estava arrependida de ter terminado, ter feito aquele intercâmbio, eu só queria minha casa, eu só queria você.
— E por que você não me procurou? pelo que eu me lembro, você me bloqueou de tudo!
— Por que, uns 5 dias depois, eu descobri que estava grávida, eu fiquei apavorada! Meu primeiro pensamento foi voltar pro Brasil e ter essa criança sozinha, eu achava que não era justo fazer você criar um filho que não era seu! Por favor, Tomás, você tinha horror a qualquer tipo de responsabilidade.
— Por você, eu mudaria tudo, eu juro!
— Minha irmã me convenceu a procurar o Mattia, ele quis o bebê e prometeu que daria o mundo pela filha e que eu sempre sempre estaria segura, eu não tinha muitas alternativas e acabei aceitando, os anos foram passando, eu construí a minha carreira, e finalmente, tinha uma família como sempre quis ter. Eu estava feliz na maior parte do tempo, conformada, ainda assim, quase sempre eu pensava em você, te ouvia cantar e acabei passando esse vício pra minha filha. O resto, você já sabe ou deve imaginar o que veio depois e aqui estamos. — Ela deu um suspiro triste, ele entrelaçou os dedos com os dela.
Mel ficou encarando com os olhos embaçados suas mãos unidas.
— Tudo podia ter sido tão diferente, não é?
— E ainda pode ser. É só você querer. — ele segurou o queixo dela, obrigando-a a olhar pra cima, foi se aproximando devagarinho, como se pedisse permissão.
Ela fechou os olhos concedendo, no início, aconteceu apenas um encostar de lábios tímidos com sabor salgado de lágrimas. Melanie infiltra os dedos nos cabelos dele, ao mesmo tempo em que sua boca se abre levemente para receber a língua dele, dando um ritmo diferente ao beijo.
Tomás segura o rosto dela delicadamente, numa tentativa de mantê-la perto, como se ela fosse quebrar,caso ele apertasse demais. Seu coração batia acelerado, quase saltando para fora do peito. O momento era indescritível, ele esperou 8 anos por aquele beijo, pra tê-la por perto, ser real, não mais uma fantasia.
Céus, a amava tanto, mais tanto que poderia morrer por falta de ar, mas não se afastaria dela tão cedo.
Como tudo que é bom dura pouco, eles foram interrompidos pelo choro de Stella, Melanie se levantou de sobressalto, levando um choque de realidade. Ela corre pro quarto da filha mais nova sem olhar pra trás. Tomás novamente, a esperou voltar.
— Você ainda está aqui? — A escritora sorriu, um sorriso aberto, bonito e aliviado.
— Ainda precisava da sua resposta. Você me quer de volta, vamos recomeçar tudo?
— É tudo que eu mais quero, porém, escolher estar comigo, também significa escolher estar com a Nina e a Stella, saber que antes de qualquer outra coisa, elas são a minha maior prioridade. — Mel está séria, uma pilha de nervos por dentro.
Se ele desistisse dela de novo, seria demais pra suportar.
— Eu sei que eu demorei chegar, mas, ainda é tempo de sermos felizes juntos. Eu quero você comigo e tudo o que vier junto será um presente, prometo ser o melhor padrasto que essas garotinhas poderiam ter. — Ele ri, assim que termina de falar, se aproxima dela e a beija de novo.
Mel sente que tirou um grande peso do coração com essa declaração. Sabia que tinham muita coisa pra enfrentar pela frente, mas o principal, ela sabia que possuíam em triplo, o amor.
— Vamos com calma, tá? Eu sei que 8 anos separados é muito tempo, mas ainda temos algumas coisinhas pra assimilar e combinar, ok? Então tá na sua hora de ir pra sua casa — contra a própria vontade, a mulher arrastou o cantor até a porta de saída.
— Não acredito que você não vai me deixar ficar aqui — ele ri, de novo, como o idiota apaixonado que era, enquanto enche o rosto e o pescoço dela de beijos, que causam arrepios visíveis.
— Hoje não! Eu sei que deve ser horrível dormir sem mim, mas, você aguentou 8 anos, mais uma noite não vai te matar, Tomás.
— Você não quer que eu vá.
— Não, mas você precisa ir. Nós vemos amanhã, é uma promessa.
Se despediram com um abraço apertado, que nenhum dos dois queria de verdade, soltar e um selinho, mais do que isso faria um estrago.
Mel suspirou e voltou pra dentro da casa, sorrindo até pro vento. Caminhando para a casa ao lado, Tomás não estava diferente.
EU NÃO ACREDITO QUE ELA MANDOU ELE EMBORA AAAA TOMÁS, VOLTA AQUI
ResponderExcluirMulher, faz alguma coisa!!! Continua por favor, tem criança chorando 😭
ResponderExcluirEU AMO ELES, AVISA 🥹🫶
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